Tuesday, June 20, 2006

Caminhava assoviando Tom Jobim (vergonhoso? porém verdadeiro), pensando em borboletas, flores e coisas bonitas. Um dia comum, não estava feliz nem triste, apenas cantava e pensava em beleza.
Enquanto voltava do consultório do ortopedista, rumo ao meu carro no estacionamento, uma pedra caiu em minha cabeça. TUM! Do nada, repentinamente. Naquele dia comum e singelo.
A pedra era redonda, não muito pesada. A queda porém alterou seu peso.
Mudou o peso de tudo, na verdade.
Tudo, tudo, TUDO mudou.
E havia sido apenas um 'TUM' .
O TUM e o Nada.

Sendo que nesse pânico absoluto, com muita confusão mental - por causa toda a medicação e mais todas as complicações decorrentes da queda da maldita pedra - mais uma década partiu. Uma droga de uma pedra arrebentando e lesando a já meio descolada cabeça.
Phodeu de vez. Foi isso.


E eu só estava andando pela rua, calmamente.
Querendo nada que não fosse ir à praia e lá ficar.


Droga!
Sim, mais drogas, mais-mais-mais... só para anestesiar o que leva tempo pra recuperar.


Orthy blues.

Monday, June 19, 2006

Eu morro de raiva quando penso em você.
Você é louco, cara.
E você me trouxe de volta o gosto da rejeição. Eu tinha esquecido. Não queria ter lembrado.
Mas foi bom porque eu lembrei como era querer muito estar com alguém. Mesmo que fosse você. E mesmo que você não quisesse.
Muita raiva. Queria trepar com você até morrer. E cravar as unhas nas suas costas e no seu peito e te arrancar uns pedaços e te morder e te fazer gozar com os deuses. E depois ir embora sem olhar pra trás, só pra você aprender.
Que raiva de você. Que raiva de mim. Você me tratou mal, você me deixou de lado, você esqueceu que eu existia assim que eu dobrei a esquina. Eu só podia mesmo me apaixonar.
E eu não esqueci nada. Eu lembro de todas as suas caras, eu lembro de você mordendo os lábios, eu lembro de você me dando uns tapas com um sadismo delicioso e aquele seu cabelo no olho, e eu pensando que você nunca mais ia achar uma garota que combinasse bunda, cérebro e uns tapas na cara. Não importa, não era isso que você queria.
Talvez até fosse,
talvez você seja mais um daqueles. Mas acho que não.
Acho que simplesmente não foi.
É fácil assim: eu gostei de você. Você não gostou de mim.
Não parece, mas é.
Seria mais fácil acreditar se você não ficasse com os olhos grudados em mim toda vez que me encontra. E se não ficasse em volta que nem um urubu na carniça.
Porque eu agora sou isso: carniça.
A sua carniça.
Que raiva de você.

debbie gata crua,
tira esses comments, pelo amor de deus.
comments são pra quem escuta os outros.
eu só escuto você.
love,

Thursday, June 15, 2006

quantas pessoas cabem na minha boca?

Wednesday, June 14, 2006

É isso aí.
Todo mundo foi embora enquanto eu dormia.
Me deixaram sozinha num barco no meio do mar. Ainda bem que eu tinha uma vela.
Uma velinha à deriva comigo no meio do mar.
Isso tinha que ser bonito.
Mas eu não achei bonito. Essas coisas me cansaram.
Toc, toc, toc, toc, barulho do salto ecoando e do dedo batendo na têmpora.
Eu, ecoando.
Eco, eco, eco.
Eu ouvi uma voz de mulher.
Mas tem que ser loucura da minha cabeça. Tem que ser. Tem que ser.
Não era.
Muito prazer, eco, eco, eco.
Você vai ser meu companheiro por muito tempo.
Só não digo pra sempre, bem, porque isso não existe.
E eu, idiota, achava que existia.
Eco, eco, eco.
Nada.

Monday, June 12, 2006

Eu quero voltar a ser quem eu era antes de virar isso que eu sou.

I'm not in the mood for love.
Mas isso é difícil de entender.
Eu não quero namorar. Eu não quero casar. Eu não quero nada disso. Aliás, eu não quero casar nunca mais. Nunca mais até eu ficar velha e decidir que quero ter o meu velho pra ficar sendo meu velho e tendo manias e pra gente ficar se cutucando com as bengalas. Eu achava que isso ia acontecer. Eu achava não, eu acreditava. Eu era uma believer. Eu acreditava em família e dias claros e mais um monte de coisas boas que vieram antes das coisas ruins. E eu morro de saudades delas. Mas eu sei que já era. Foi. Ficou tão ruim que elas viraram umas lembranças meio sem gosto, vagas. Nem amargas elas conseguem ser. Amargo é melhor do que sem gosto. Vou arrumar um namorado no sofá do asilo. Até lá, eu e a solidão andaremos de mãos dadas por aí.

Um dia eu tive uma coisa que eu nunca mais vou ter.

Meu coração andou fingindo de morto. Acordou, sacodiu o rabo, virou pro lado e dormiu de novo, o filho da puta. Love is a dog from hell, diria o meu avô.

A vida se perde numas esquinas sujas enquanto eu caminho sozinha de noite ouvindo alguma coisa bem alto e jogando o cigarro na sarjeta.

Esse gosto na minha boca não me é estranho. As coisas nunca param de se repetir.

Cansei de olhar pro lado e ver gente que eu não quero na minha cama.
Cansei de acordar em lugares e sair no silêncio num esforço quase desesperado de sumir pra sempre.
Cansei de fazer sexo com gente que não sabe fazer sexo mas tem certeza que sabe.
Cansei de me gastar.
Cansei de falar isso tudo e repetir a cena no próximo final de semana.
Na verdade eu sou mentirosa e queria simplesmente poder me deixar dormir com o corpo que eu escolhi enroscado em mim.
Mas não.

Eu não sei mais dizer se tem alguma coisa batendo no meu peito. Juro que tento ouvir alguma coisa. Mas só escuto o silêncio.
E o silêncio é sempre cruel.

Saturday, June 10, 2006

Queria comer ele. Mastigar. Engolir. Digerir. Expelir.
Fazer tudo novamente. Queria comer tanto que enjoaria.
Comer até enjoar.

Para tudo de incrível, um preço alto. Bebedeiras homéricas, intercontinentais... Labirintite. Crescer em uma fábrica de chocolate... chocolate nunca mais.


Disciplina. Jogo da Poliana-Menina, o do contente. Desejo chocolate... Mas de alguma forma, é controlável. Ou ainda mais precisamente, fatídico. Tipo o cara, totalmente brocha, impotente e consciente disso, encontrar a Luana Piovani, tomar uma cantada federal e olhar. Com pesar, deixar passar batido. Até mesmo o ovo de páscoa da Ferreiro Roche.

Olhar o mar e não saber nadar. Nada bom.
Mas fazer o que?
Um curso, sim. Jogar-se às águas e morrer, creio que não...

Mas ele... olho, quero, desejo e totalmente não controlo. Ainda bem que minha relação com o açúcar não é assim. Eu quero, quero, quero... Quero me esfregar, suar, gozar, beijar. Que me pegue pelos cabelos, goze na minha cara, que não consiga sair da cama.


Quando não se usa a cabeça, o corpo padece, dizem...
Minha cabeça... grudada com cola, repleta de fumaça e pó.
Meu corpo... enlouqueceu. Tem vontade própria.

Culpo Baccus, a droga, o clima, a demora, a espera, mais drogas e esse maldito vício.

É um vício. Um vírus. Uma intoxicação.

E eu quero mais.

Extraño.

Tuesday, June 06, 2006

Minha conclusão de hoje é: eu odeio a casualidade.
Eu quero fazer alguma coisa porque QUERO fazer alguma coisa, não porque acabou acontecendo, a gente tava lá, sabe, e acabou rolando.
Odeio acabar rolando.
Eu quero que as coisas aconteçam porque alguém as fez acontecer. E como esse alguém sempre acaba sendo eu, fica monótono, meu saco fica cheio e eu fico desencantada com o mundo.
Cansei do casual.
Cansei, cansei, cansei.
Posso estar sendo extremamente impaciente, mas acontece que a vida é curta e o meu saco é limitado.
Cansei, cansei.
A conta, por favor.

Monday, June 05, 2006

Mas tchê, não tem nada ainda?
Well, nem aqui.
Love killed my brain.